A inflação está acelerando em todo o mundo. Políticas fiscais e monetárias fáceis evitaram a depressão econômica durante a crise da saúde. Eles aumentam os preços, combinados com escassez de mão de obra e aumento dos custos de energia. O retorno da inflação está ameaçando a recuperação?
Após 25 anos de estabilidade de preços, a inflação voltou? Em julho passado, os preços caíram em média 4,2% em um ano nos 38 países da OCDE (os países mais ricos).
O ritmo da inflação global está se acelerando
O preço do aço saltou 53% em um ano, cobre 39 %, níquel 36 %, madeira 14 %, café 59 %, açúcar 58 %, e alumínio 105 %.
Os preços dos alimentos também subiram em todo o mundo devido às condições climáticas, secas na América do Norte e do Sul, fortes chuvas na Europa e recuperação da economia.
Na Alemanha, a taxa de inflação atingiu + 5,2% em novembro. A França resiste com uma taxa de + 2,4 %.
Os preços pagos pelos americanos subiram 6,2% em outubro em relação ao ano anterior, o maior desde 1990. Na Argentina, Brasil, Colômbia, Rússia ou Turquia, a inflação dos preços dos alimentos ultrapassa 10 %.
Quais são as cidades mais caras do mundo?
A taxa de inflação de preços no custo de vida em 173 cidades ao redor do mundo é estabelecida pela The Economist em 173 cidades. Essa taxa aumenta 3,5% em um ano em moeda local em 2021, em comparação com um aumento de apenas 1,9% em 2020 e 2,8% em 2019.
Problemas na cadeia de suprimentos, mudanças na taxa de câmbio e mudanças na demanda do consumidor levaram a preços mais altos das commodities e, em particular, com o preço da gasolina subindo 21% por litro. na média.
Tel Aviv lidera o ranking mundial de custo de vida pela primeira vez, tornando-se a cidade mais cara do mundo. A cidade israelense caiu do quinto lugar no ano passado, empurrando Paris para se juntar ao segundo lugar com Cingapura . A alta de Tel Aviv reflete principalmente o aumento de sua moeda e o aumento dos preços de cerca de um décimo dos bens da cidade, principalmente mantimentos e transporte, em moeda local.
Roma (Itália) teve a maior queda no ranking, passando do 32º para o 48º lugar, com queda particularmente acentuada nas categorias de compras e vestuário.
Os preços dos imóveis não são considerados no cálculo deste índice.
Inflação global: bancos centrais reagem
O Federal Reserve dos EUA está mantendo as taxas inalteradas, provavelmente até março de 2022. Mas seu presidente Jérôme Powell está determinado a combater a inflação que se alastrou nos Estados Unidos. Ele menciona uma espiral inflacionária “não transitória” e sua política sugere um aumento das taxas de juros no segundo trimestre de 2022.
O Banco Central Europeu estima que o aumento dos preços da energia e os gargalos nas cadeias de suprimentos diminuirão no próximo ano. Ele não planeja mudar sua política monetária com um aumento nas taxas de juros, por exemplo.
Muito dependerá em 2022 do comportamento dos consumidores e das empresas. Diante da exigência de manutenção do poder aquisitivo, os empregados pedirão indenização por meio de maiores salários. Que as empresas terão que repassar para seus preços de venda.
A inflação será virtuosa se os preços aumentarem de acordo com o crescimento econômico sustentado e os planos para sair da crise da saúde. Quando a inflação combina com o crescimento sustentado, não é necessariamente “o monstro”.
